
Novo governo do Uruguai ajusta posição sobre Venezuela e defende diálogo
O governo do presidente Yamandú Orsi esclareceu nesta quarta-feira (6) sua nova abordagem em relação à crise na Venezuela.
A administração uruguaia não reconhece a eleição de Edmundo González Urrutia como presidente, mas também não valida a reeleição de Nicolás Maduro.
A posição marca uma mudança em relação ao governo anterior, de Luis Lacalle Pou, que chegou a receber González Urrutia em Montevidéu antes da posse de Maduro em janeiro de 2025.
O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Mario Lubetkin, afirmou que o país não pode "lavar as mãos" sobre o tema, mas destacou que "tampouco podemos ser a justiça eleitoral da Venezuela".
Lubetkin ressaltou que o governo uruguaio está atento à situação política venezuelana e aos impactos da crise na região. Segundo a ONU, mais de 7 milhões de venezuelanos deixaram o país na última década, grande parte deles migrando para nações da América Latina.
O chanceler sugeriu que novas eleições podem ser um caminho para restaurar a estabilidade no país.
No entanto, frisou que a Venezuela não é uma "prioridade" para o governo de Orsi, que está focado na proteção dos cidadãos uruguaios que vivem no país sul-americano e dos cerca de 50 mil venezuelanos residentes no Uruguai.
"Nosso objetivo principal para 2025 em relação à Venezuela é garantir a segurança desses cidadãos. Para isso, mantemos diálogo tanto com o governo quanto com a oposição venezuelana", afirmou Lubetkin.
Desde julho de 2024, Uruguai e Venezuela estão sem representação diplomática mútua. O governo Maduro expulsou diplomatas uruguaios de Caracas e exigiu o retorno dos representantes venezuelanos de Montevidéu. Atualmente, a embaixada uruguaia na Venezuela segue aberta, mas com funcionamento reduzido.
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