
Trump declara guerra aos cartéis mexicanos e pressiona México e Canadá contra tráfico de drogas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que é hora de o país "travar uma guerra contra os cartéis" de droga mexicanos, que ele acusa de representar uma ameaça à segurança nacional.
A declaração ocorre dias após seu governo classificar seis grupos criminosos do México, incluindo o cartel de Sinaloa, como "organizações terroristas globais".
Em discurso ao Congresso, Trump afirmou que os cartéis controlam amplamente o território mexicano na fronteira, cometendo crimes como assassinatos, estupros e torturas.
"Os cartéis estão travando uma guerra contra os Estados Unidos, e é hora de os Estados Unidos travarem uma guerra contra os cartéis.
E é isso que estamos fazendo", declarou o republicano de 78 anos.
Desde seu retorno à Casa Branca, Trump tem adotado uma abordagem agressiva contra o narcotráfico e a imigração ilegal.
Ele critica México e Canadá por não conterem o tráfico de fentanil, uma droga sintética que tem causado uma grave crise nos EUA. Como resposta, impôs tarifas sobre os dois países.
Em fevereiro, chegou a acusar o governo mexicano de manter "uma aliança intolerável" com os cartéis.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, reagiu às declarações, classificando-as como caluniosas.
Apesar disso, Trump destacou no Congresso que, graças à sua política tarifária, o México extraditou 29 dos principais líderes do narcotráfico, um número sem precedentes.
O governo mexicano, por sua vez, defendeu que as extradições fazem parte da cooperação bilateral dentro do respeito à soberania.
Pressão crescente e ameaça de intervenção
A administração Trump elevou o tom contra os cartéis no final de fevereiro, ameaçando "abrir as portas do inferno" para garantir a segurança na fronteira.
"Eles estão sob aviso", declarou Mike Waltz, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA.
O secretário de Estado, Marco Rubio, foi questionado sobre uma possível ação militar americana contra os cartéis e respondeu de forma vaga: "Depende de onde estiverem".
O México reforçou sua posição contrária a qualquer interferência estrangeira. "Podem chamar os cartéis como quiserem, mas com o México, a relação será de coordenação, nunca de subordinação, ingerência ou invasão", afirmou Sheinbaum.
Recentemente, ela ordenou o envio de 10.000 soldados para a região da fronteira, onde os cartéis atuam.
Com uma relação cada vez mais tensa, os próximos passos de Trump podem redefinir a cooperação entre os países na luta contra o narcotráfico e na segurança da fronteira.
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