
Novos ataques russos deixam ao menos 14 mortos na Ucrânia e geram reações de Zelensky e UE
Os recentes bombardeios russos contra localidades no leste e nordeste da Ucrânia, com dezenas de drones e dois mísseis, resultaram em pelo menos 14 mortes e mais de 37 feridos entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado (8), conforme informou o Ministério do Interior ucraniano.
Em Dobropillia, região de Donetsk, moradores relataram cenários de destruição e "apocalipse", enquanto marcas nos edifícios indicam o uso de bombas de fragmentação pela Rússia.
Em uma mensagem publicada no Telegram, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que os ataques recentes demonstram que "os objetivos da Rússia permanecem inalterados" e defendeu a imposição de novas sanções contra Moscou.
"É essencial continuar a proteger vidas, fortalecer nossa defesa aérea e intensificar as sanções contra a Rússia", afirmou.
A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, reforçou a necessidade de apoio militar à Ucrânia.
"Mísseis russos continuam a cair implacavelmente sobre a Ucrânia, trazendo mais morte e destruição. Mais uma vez, [Vladimir] Putin mostra que não tem interesse na paz", escreveu em sua conta no X, defendendo um aumento do suporte militar europeu.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump também reagiu, ameaçando impor novas sanções financeiras e tarifas contra Moscou.
"Considerando que a Rússia está atingindo intensamente a Ucrânia no campo de batalha neste exato momento, estou considerando seriamente aplicar sanções financeiras em grande escala e tarifas até que seja alcançado um ACORDO DE PAZ DEFINITIVO", declarou em sua rede Truth Social.
Moradores descrevem horror dos bombardeios
Em Dobropillia, pelo menos 11 pessoas morreram e outras 30 ficaram feridas, incluindo cinco crianças, segundo autoridades locais.
Jornalistas da AFP que visitaram a cidade na manhã de sábado descreveram edifícios com fachadas enegrecidas e repletas de estilhaços das bombas de fragmentação.
Irina Kostenko, uma moradora de 59 anos ferida na mão por um caco de vidro, relatou cenas de horror: "Foi muito, muito assustador. Não tenho palavras para descrever".
Outra moradora, Olena, de 53 anos, encontrou seu apartamento destruído e decidiu fugir da cidade. "Meu marido está na linha de frente, mas depois dessas explosões terríveis, eu não posso mais ficar aqui", desabafou.
Outras três pessoas perderam a vida em Bogodukhiv, na região de Kharkiv, conforme relatado pelo diretor da administração militar regional, Oleg Synogubov.
A Força Aérea Ucraniana afirmou que a Rússia lançou um total de dois mísseis e 145 drones contra o território ucraniano. Por outro lado, o Ministério da Defesa russo declarou ter interceptado 31 drones ucranianos, incluindo um que teria atacado uma refinaria na região de Leningrado.
Rússia retoma três vilarejos na região de Kursk
Em mais um revés para a Ucrânia, Moscou anunciou neste sábado a retomada de três vilarejos na região russa de Kursk, anteriormente ocupada por tropas ucranianas desde agosto do ano passado.
Segundo o Ministério da Defesa russo, as localidades recuperadas incluem Viktorovka, Nikolayevka e Staraya Sorotchina.
O governo ucraniano ainda não se manifestou sobre a perda dessas posições. Observadores indicam que a Ucrânia planejava utilizar o controle desses territórios como moeda de troca em possíveis negociações de cessar-fogo. No entanto, o avanço russo e a recente decisão de Donald Trump de suspender o fornecimento de informações de inteligência para Kiev enfraqueceram a posição defensiva do país.
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